quinta-feira, 11 de novembro de 2010

LIVRO - CAPÍTULO 5

Capítulo 5– América Latina
1-América Latina: regionalizações
O que é América Latina?
A partir do final do século XV, os europeus começaram a conquistar a América tomando as terras dos primitivos habitantes e impondo seu modo de vida e de cultura (como a língua), além de introduzir o capitalismo.
Tendo-se por base as línguas oficiais faladas na atualidade e sua predominância, o continente americano pode ser dividido em: América Latina (corresponde aos países de língua neolatina – português, espanhol e francês) e América Anglo-Saxônica (corresponde aos países da língua inglesa).
Essa regionalização não é rígida para o estudo de suas geografias.
Alguns territórios da América ainda se encontram na condição de dependência, pois estão subordinados a certos países, apesar de gozar de alguma autonomia.
Regionalização baseada na posição das terras americanas no globo terrestre
Em relação ao globo terrestre e ao próprio território, podemos dividir o continente americano em três porções América do Norte, América Central e América do Sul.
A América do Norte compreende o Canadá, os Estados Unidos da América e o México.
A América Central, a “ponte de união” entre a América do Norte e a América do Sul. Ela pode ser divida em duas porções: a porção ístmica (estreita faixa de terra situada entre dois mares) e a parte insular, localizada em ilhas.
Na porção ístmica, existem sete países: Belize, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá.
A porção insular recebe a nominação geral de Antilhas. As Grandes Antilhas compreendem Bahamas, Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana, além de Porto Rico. As Pequenas Antilhas compreendem várias ilhas de pequena extensão.
A América do Sul corresponde à porção do continente americano que apresentam os países da Colômbia, Venezuela, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai, Chile, Argentina, Uruguai, Brasil, Suriname, Guiana.
A América do Sul pode ser dividida em quatro conjuntos geográficos:
·        Guianas – localizam-se no extremo norte da América do Sul, e compreendem a Guiana Francesa, Suriname e Guiana.
·        Região Andina – que são cortados pela Cordilheira dos Andes de norte a sul: Venezuela, Colômbia, Equador, Peru, Bolívia e Chile.
·        Região Platina – assim denominada por ser banhada pelos rios que formam a Bacia Platina (os países são: Argentina, Uruguai, Bolívia)
·        Brasil – que abrange 47% do território da América do Sul.
A regionalização com base na posição das terras americanas no globo terrestre considera apenas a posição geográfica dos países e esse é apenas um dado de localização. A outra, referente à América do Sul, serve-se apenas de dados naturais ou físicos, para individualizar o conjunto de países.
A regionalização em países desenvolvidos e subdesenvolvidos é generalizante
Considerar todos os países subdesenvolvidos iguais quanto ao desenvolvimento econômico e social não é certo. Um exemplo disso é o Haiti e o Brasil, classificados como subdesenvolvidos.
Regionalização baseada na geoeconomia e no nível tecnológico
É possível regionalizar os países da América em:
Conjunto dos países altamente industrializados e com domínio de tecnologia de alto nível ou avançada – EUA e Canadá;
Conjunto dos países de industrialização tardia e com domínio de tecnologia clássica e da alguns setores de tecnologia avançada. – México, Brasil e Argentina;
Conjunto dos países e dependências cuja economia se baseia em produtos primários e com dependência tecnológica: países e dependências com economia de base mineral e petróleo – Venezuela, Bolívia, Chile, Antilhas Holandesas, Jamaica, Peru, Guiana, Suriname e Equador; países e dependências com economia de base agropecuária – Colômbia, Cuba, Paraguai, Uruguai, Ilhas Malvinas, Haiti, República Dominicana, Belize, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica, Panamá, São Cristóvão, Martinica, Santa Lúcia, Dominicana, Guadalupe, Granada; dependências cujas economias se apóiam na pesca – Guiana Francesa e Anguilla.
2-América Latina: aspectos físicos gerais
América do Sul: diversidade de relevo
O relevo da América do Sul pode ser dividido em três grandes porções:
A porção leste, voltada para o Oceano Atlântico, é formada por depressões, planaltos e serras de altitudes modestas; essa fachada é de formação geológica antiga e encontra-se bastante desgastada pela erosão. Destacam-se o Planalto Brasileiro e o Planalto das Guianas.
A porção central apresenta planaltos, chapadas e depressões. Destacam-se as planícies Amazônica, do Planalto e Platina.
A porção oeste é o domínio do relevo montanhoso da Cordilheira dos Andes. É de formação geológica recente. Possui elevadas altitudes, destacando-se o Pico de Aconcágua, na Argentina. Em alguns trechos, os Andes deixam de formar uma única cadeia montanhosa e se ramificam, formando alinhamentos de montanhas separados uns dos outros e, entre elas, encontram-se os altiplanos, ou seja, planaltos de altitudes elevadas e vales, sendo alguns deles ocupados por povos antigos.
América do Sul: diversidade de clima e de vegetação
A extensão do território da América do Sul (diversidade de latitudes), a disposição do relevo e a influência das correntes marítimas exercem influência nos climas.
A maior parte do território da América do Sul encontra-se na zona intertropical (onde os raios solares atingem com maior intensidade). Com exceção das áreas de relevo de elevadas altitudes (como a Cordilheira dos Andes), que possui clima frio de alta montanha, os demais lugares entre os trópicos têm clima equatorial e tropical.
No litoral do Oceano Pacífico há uma diversidade de climas de norte e sul: equatorial, mediterrâneo, desértico, temperado e frio no extremo sul da América do Sul.
No inverno devido às baixas atitudes do relevo na porção sul da América do Sul, massas de ar polares encontram facilidade para a penetração no território. É o caso da massa de ar polar atlântica, que provoca invernos frios na Planície Platina, apesar de que, quando passa no sul do Brasil, provoca um inverno menos frio, pois seu deslocamento perde suas qualidades iniciais de temperatura. Quando ela passa pela Amazônia, ela recebe o nome de friagem, popularmente, devido às quedas de temperatura.
Do lado do Oceano Pacífico, atua a massa de ar polar pacífica, responsável pelos invernos frios, especialmente no Chile.
Quanto às correntes marítimas e sua influência no clima, há que se destacar a Corrente fria de Humboldt. Ao longo de sua trajetória, o ar atmosférico se esfria. Quando, então, as massas de ar quentes e úmidas vindas do Pacífico se encontram com o atmosférico frio sobre a Corrente de Humboldt, ocorre a condensação do vapor de água, formando-se densas nuvens, o que ocasiona chuva ou neblinas.
Assim, as massas de ar quentes e úmidas originárias do Oceano Pacífico perdem umidade em contato com o ar atmosférico resfriado pela corrente de Humboldt e chegam secas em certos trechos do litoral chileno e peruano, dando origem ao clima desértico.
A corrente do Brasil e a das Guianas não exercem maior influência sobre o clima.

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